quarta-feira, outubro 29, 2008

Mania de Outono


  ///Estação do ano que se situa entre o verão e o inverno. Por extensão de sentido –A época da colheita. Sentido figurado, período da vida que se encaminha para a velhice; ocaso///


Tem gente que detesta o outono. Eu amo! Outono é cercado de idéias, conceitos e estilo[ para mim]. Há quem diga que o verão é luz, primavera é cor, o inverno...ah, é apaixonante; já o outono  é um verão sem sol, uma primavera em tons pastéis, é cinza e não tem o poder cativador do inverno que nos leva para frente da lareira, do cobertor quente. Os mais avessos ao outono dizem que ele é o "quase", não o que vem da tentativa, mas o que vem do talvez. 



Vivo no outono. Porque a vista que tenho sobre ele me cativa, me atrai. O outono é confortável e desafiador. Não é tão quente que me deixe inquieto ao extremo, nem tão frio que me paralise. Não é ausente de cores que deixe a vida sem graça e nem tão colorido que a transforme numa fantasia. 



O outono pode ser o meio do caminho.  Pode ser o meio-tom. Pode não ser nada ou, simplesmente, tudo. Assim me parece a vida, cheia de oportunidades que podem ser quase tudo e quase nada. Oportunidades que posso escolher no que se tornarão.


segunda-feira, outubro 27, 2008

Ensaio sobre a Cegueira

///Não me contive em lê-la sozinha, então deixo aqui algumas partes da análise de "Ensaio sobre a Cegueira" feita por Fábio Fernandes, publicada no Le monde Diplomatique de 12/09/2008///


Saramago acrescenta e é acrescentado...


 A trama de Saramago é simples mas não é agradável. Seus personagens mergulham no labirinto de corredores do manicômio abandonado como Dantes num labirinto sem Virgílio que os guie (ou que os acuda). Abandonaram toda a esperança ao entrar, como se diz no pórtico do inferno dantesco.


Sua escrita é convoluta, arbórea, por vezes quase rizomática em seus desvios e paradas para ironizar o comportamento humano. Labiríntica. E, no entanto, Ensaio sobre a cegueira é um labirinto no qual entramos com prazer, percorremos com vontade, e cujo final procuramos desesperadamente, com uma esperança tão humana mas talvez fútil, pois Saramago pensa como Kafka, que um dia disse: “A esperança existe, mas não para o homem”.


"Was blind but now I see" opa...i wait!!!!!