terça-feira, dezembro 23, 2008

Entre um thubadubada e outros

Não sei se porque já estava em um espaço de infinito pouquísmo pessoal. Ou se porque o thubadubada de Mallu Magalhães me remeteu ao arremedo de contribuinte ao mundo que tenho sido. 


Nos últimos anos a palavra que indica sucesso é inovação. Ninguém mais quer saber de alguém que dê a vida inteira lealmente a sua empresa ou coisa do tipo. Tudo que soa imóvel é rejeitado. E quem ainda vive sob a idéia que em time que está vencendo não se mexe, já é perdedor. 



O que se pode criar pra fazer diferença, o que se pode arriscar pra não tentar ser diferente. Apenas ser parte de um mundo que se modifica. 



Pensar no passado é atraso, no presente é mediocridade. 



Ser inovador talvez não se trata de descobrir o futuro, trata-se apenas de indica-lo, antes que qualquer outro o faça, "you can thubadubada..."


domingo, novembro 02, 2008

Atos Humanos


Pensa acorda anda come bebe fala sonha faz marca feri limpa compete instiga conjuga distingui...

quarta-feira, outubro 29, 2008

Mania de Outono


  ///Estação do ano que se situa entre o verão e o inverno. Por extensão de sentido –A época da colheita. Sentido figurado, período da vida que se encaminha para a velhice; ocaso///


Tem gente que detesta o outono. Eu amo! Outono é cercado de idéias, conceitos e estilo[ para mim]. Há quem diga que o verão é luz, primavera é cor, o inverno...ah, é apaixonante; já o outono  é um verão sem sol, uma primavera em tons pastéis, é cinza e não tem o poder cativador do inverno que nos leva para frente da lareira, do cobertor quente. Os mais avessos ao outono dizem que ele é o "quase", não o que vem da tentativa, mas o que vem do talvez. 



Vivo no outono. Porque a vista que tenho sobre ele me cativa, me atrai. O outono é confortável e desafiador. Não é tão quente que me deixe inquieto ao extremo, nem tão frio que me paralise. Não é ausente de cores que deixe a vida sem graça e nem tão colorido que a transforme numa fantasia. 



O outono pode ser o meio do caminho.  Pode ser o meio-tom. Pode não ser nada ou, simplesmente, tudo. Assim me parece a vida, cheia de oportunidades que podem ser quase tudo e quase nada. Oportunidades que posso escolher no que se tornarão.


segunda-feira, outubro 27, 2008

Ensaio sobre a Cegueira

///Não me contive em lê-la sozinha, então deixo aqui algumas partes da análise de "Ensaio sobre a Cegueira" feita por Fábio Fernandes, publicada no Le monde Diplomatique de 12/09/2008///


Saramago acrescenta e é acrescentado...


 A trama de Saramago é simples mas não é agradável. Seus personagens mergulham no labirinto de corredores do manicômio abandonado como Dantes num labirinto sem Virgílio que os guie (ou que os acuda). Abandonaram toda a esperança ao entrar, como se diz no pórtico do inferno dantesco.


Sua escrita é convoluta, arbórea, por vezes quase rizomática em seus desvios e paradas para ironizar o comportamento humano. Labiríntica. E, no entanto, Ensaio sobre a cegueira é um labirinto no qual entramos com prazer, percorremos com vontade, e cujo final procuramos desesperadamente, com uma esperança tão humana mas talvez fútil, pois Saramago pensa como Kafka, que um dia disse: “A esperança existe, mas não para o homem”.


"Was blind but now I see" opa...i wait!!!!!

sábado, setembro 06, 2008

Micro história: uma retrospectiva


Estamos no nono mês do ano, e diferente da maioria das pessoas, só agora estou conseguindo fazer uma retrospectiva do ano que se foi. Apesar de tardia não cheguei à conclusões inesperadas, apenas tive coragem de refletir sobre situações que ao longo do ano preferi negá-las.

Suponho que essa avaliação pessoal do ano seja tão comum e necessária quanto passar fio dental, por mais chato que seja é indispensável para um hálito agradável. A auto-avaliação funciona como o fio dental de nossa vida[ilustração pobre...bom, continuemos], é ela que mantém o frescor da nossa escolhas, retira os excessos e calibra nossa consciência.

Shakespeare* disse que “as nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar”. Ele também disse que “as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos”.

Me admira o poder que temos de alterar e definir nossas próprias vidas, no entanto me espanta como a maioria de nós usa tão pouco desse poder, esse é meu primeiro ponto; o segundo tem a ver com a pergunta que surge como resultado do meu primeiro ponto. Então, se usamos apenas parte de nosso poder, o que acontece com o que não usamos; provavelmente esteja nas mãos de outra pessoa, que estará fazendo o uso dele, legitimamente ou não.

Adam Smith disse que o melhor resultado vem quanto um indivíduo consegue o melhor para si mesmo, mas o matemático John Nash* rebateu essa teoria mostrando que o melhor resultado viria quanto um indivíduo conseguisse o melhor para si mesmo e para todo o grupo. John sugeriu que o melhor resultado não viria apenas de um indivíduo vencedor, mas de um grupo de indivíduos fortes – a cooperatividade – cada indivíduo liderando uma pequena parte de poder. E isso eu sei que é verdade!

Com a teoria de Nash vemos que é legitimo o poder que outras pessoas tem sobre nossas vidas, talvez não apenas legitimo, mas essencial para montar nossa vida alinhada em uma cadeia de pessoas e eventos, construindo nossa história.

Porém, é em nossas mãos que está a força maior, é nossa a responsabilidade de convergir o poder distribuído aos outros para fortalecer nosso medo ou nosso ousadia. A escolha sempre será de nossa alçada. Distribuir poder é parte do processo para fortalecer um núcleo, mas convergir todo poder antes partilhado é o que irá pontecializar nossa própria força.

domingo, agosto 24, 2008

Fado da modernidade



"Deus morreu. Viva Marx!"..."Marx também morreu. E eu estou gravemente enfermo!"

Essas são declarações pichadas em uma igreja na França. A primeira feita por um existencialista; a segunda, por um pós-moderno. Depois de termos visto "a morte de Deus", tese central do existencialismo, vemos agora a morte da sociedade. Se aplicarmos uma análise semântica às duas manifestações, diríamos que denunciam o silêncio da religião, e ao mesmo tempo o clamor por respostas.

A modernidade tinha assumido o projeto da morte de Deus. Com o Iluminismo, no século 16, surge o esclarecimento racional, em oposição à espiritualidade. O homem moderno supervaloriza a subjetividade, a liberdade, a autonomia e a razão do indivíduo, em detrimento das instituições.

O pós-modernismo dá o passo seguinte. Conservando a idéia de que Deus está morto, assume como projeto próprio a morte da identidade, declarada pela falta de referencial e valores que promovam o indivíduo e seu futuro. Não se vê a luta por um ideal, percebe-se um pluralismo de valores, gerado pela inexistência do grupo. Tudo o que existe é o eu, cada um com sua própria regra. No entanto, o pluralismo de valores significa em si mesmo a própria ausência de valores, substituídos pelo consumo.

As duas afirmações pichadas na igreja nos levam a pensar. De um lado, os existencialistas, com sua declaração da totalidade sem Deus, proclamando as respostas vinda do próprio homem. Do outro, a pós-modernidade, reconhecendo-se como a enfermidade resultante de uma sociedade sem Deus e da ausência total de referências.

Tal manifestação ofereceu um bom exemplo da decadência, ou mesmo da morte da sociedade, que assistia à derrocada dos valores familiares e religiosos. As duas correntes ideológicas estão deslegitimando as instituições que tinham a missão de transmitir valores morais e religiosos.

O intelectual americano Francis Schaeffer, em seu livro “Morte na Cidade”, afirma que à medida que os valores se esvaem de nossa sociedade, nossa cultura se degrada. Nossa existência se define então como despropositada, apontando o surgimento de uma sociedade sobretudo indiferente, anônima, que constituirá uma comunidade muito frágil.

A questão é se, no futuro, uma geração que não compreende o valor do corporativismo terá coesão suficiente para desempenhar uma função histórica. Ou se será tragada pelo império da cultura a que são subjugadas. Com a falta de movimentos que geram valores, pode-se pensar que precisamos fazer algo!

segunda-feira, agosto 04, 2008

Sobre Leões e Cordeiros



“Crise é o desmoronamento de um sistema e a emergência de outro; um processo de destruição de valor que cria os fundamentos para o início de um novo ciclo.” Magnoli

É possível perceber que o sistema internacional passa por um momento de tensões políticas, econômicas, cultural; se não de valores. Momento de tensões que abandona os antigos “choques de civilizações” para cunhar um confronto de ideologias.

Entre cientistas políticos o significado da queda do muro de Berlim –falência de um sistema, o socialista –é um entendimento comum. Da mesma forma que o atentado de 11 de setembro simbolicamente delineou um novo ciclo na história das relações internacionais –confronto entre secularismo e fundamentalismo.

Nesses momentos a grande mídia aponta um novo mercado de filmes e produtos culturais, discutindo ou criticando a questão em cheque. “Leões e Cordeiros” dirigido por Robert Redford abarcou uma boa proposta de reflexão. O filme é uma análise simples, mas bem garibada da atualidade.

O enredo é uma construção crítica das questões mais discutidas nos últimos dois século– poder e dominação. Em parte, esse poder não se detém em mãos de um apenas, mas está na mutualidade e engajamento dos que possuem acesso ao grande público.

O presente como holograma entre passado e futuro, constrói um ambiente –de sim ou não –que afetarão sorrateiramente a construção da realidade.
Três instituições –o Estado, a Mídia e a Universidade. Engajadas em pensar, nesta ordem, a razão pela qual morrer, resistir e viver.

Um representante de estado interessado na auto-promoção, sob a mítica de “é nosso dever”, na ponta dos fuzis quer impor seu modelo político por meio de uma tentativa voluntariosa de reformar o mundo muçulmano.

Por outro lado, a mídia, considerada o quarto poder democrático, ao invés da análise e discernimento; consente, autentifica e, com voz muda, promove idéias em prol do mercado. A busca por audiência distancia o verdadeiro da realidade, proveniente de uma representação de fatos que mais tem a ver com conveniências ao comprometimento com a objetividade jornalística.

Robert Redford desenha não o que virá a ser a mídia, mas como as decisões já tomadas moldaram a mídia que vemos hoje.

Publicada na revista Times, uma pesquisa aplicada em universidades americanas, resultados denunciaram que os mais bem sucedidos alunos eram estrangeiros vindo de países subdesenvolvidos, ou termos resgatados pelo filme, paises de terceiro mundo. O que está acontecendo com o jovem americano.

O diálogo, entre o mestre e seu melhor aluno, despeja a esperança cansada da nova geração que opta por ser ausente as suas responsabilidades na construção de uma realidade diferente. Ausente das implicações da vida adulta, que sem respostas escolhe pelo não pensar. Enquanto aos que acreditam no futuro, os imigrantes, contrariando seus próprios valores, vêem na guerra um ideal pelo qual vale a pena morrer.

Você deve ter lido ou, alguns, lembrar das eleições nos EUA em 1973, na reeleição, Nixon não ofereceu ao povo americano ruas mais seguras, mais empregos ou fez com que os americanos sentissem mais satisfeitos com o seu país. O que Nixon usou em campanha para reeleição foi o projeto arquitetônico de uma nova “estrutura de paz” destinada a durar uma geração inteira.

Em momento de ruptura não se sabe ao certo o que virá –assim como “risco significa que mais coisas podem acontecer do que vão acontecer e não que alguma coisa dará errado."– Na crise não existe a certeza de que algo dará certo ou errado, simplesmente anuncia que o novo está para surgir.

Já passamos por muitas situações de ruptura, e nessas, ora obtivemos resultados positivos noutras nem tanto. Nas questões de relações internacionais, os resultados parecem óbvios, ademais tudo tem a ver com a perspectiva e cosmovisão de cada um –envolvidos e não.

Foi o nosso óbvio contra a da antiga União soviética, contra a da Indochina, contra a do Vietnã, contra a obviedade do Irã, hoje a luta é contra a de “Um” que não quer se dobrar, não que ser render diante dos tão almejados modelos ocidentais. “Um” que deseja ter sua própria forma de política, economia e de contratos internacionais.

Mas como lidar com a rejeição, é humilhante. A poderosa nação representante do mundo ocidental perdeu gradualmente seu poder. Hoje, a luta se afasta dos interesses meramente políticos e das relações econômicas internacionais –para se tornar uma questão de honra!

domingo, julho 27, 2008

Notícias de uma Guerra Particularmente NOSSA

Concordo com Roosevelt, "entre a paz e a justiça, fico com a justiça". Notícias de uma Guerra Particular, João Moreira Salles e Kátia Lund, eleito um dos melhores filmes brasileiros da atualidade pela Revista de Cinema; nos dá uma nova visão sobre justiça.

O documentário é uma demonstração referente as nossas debilidades e incompetências como concidadãos, falo isso porque não parece safo nos abster da responsabilização. Pensar a sociedade é nosso dever, mas buscar soluções é nossa obrigação!

Não é um fato novo a preocupação de todos os cidadãos e autoridades com a violência cotidiana que a sociedade enfrenta. Embora quem sofra não saiba.

O enredo se constrói entre entrevistas com os envolvidos, traficantes e policiais –convergindo moradores que vivem no meio do fogo cruzado e especialistas da segurança pública. A Realidade denuncia um conflito social em todos os seus nuances, fazendo claro uma guerra sem possíveis vencedores.

Acredito ser simplista a idéia que diz ser a violência urbana conseqüência das questões econômicas apenas. Segundo Darcy Ribeiro, no texto Sobre o Óbvio, é uma questão de entendimento de valores e prioridades, o povo brasileiro parece nunca ter sido uma prioridade em nosso país.

Na Declaração de 1948, o ser humano transforma-se em sujeito de direito na comunidade internacional para ser protegido. Esta garantia está plenamente indicada em todo o conjunto de convenções e tratados de direitos humanos ratificados pelo Brasil e também no Programa Nacional de Direitos Humanos do governo brasileiro. Cito então um dos fundamentais dos direitos humanos: o direito a vida, sem o qual todos os outros direitos tornam-se inúteis, palavras mortas.

Não sei o que se entende por "vida" nesse caso. O dicionário Aurélio descreve vida como conjunto de propriedades e qualidades graças às quais se mantém em atividade; o que me faz pensar é que a "vida" que é citada em nossos direitos humanos é entendida, muitas vezes, como "sobrevivência". Explico. Quando achamos que as pessoas nas favelas só desejam comida e um lugar para morar, negamos a integralidade delas como seres humanos que possuem necessidade além das físicas, necessidade sociais de afeição e inclusão, e ainda necessidades pessoais de conhecimento e realização.

Mas concordo que é difícil ver além disso quando acreditamos ou somos levados acreditar que a teoria do neoliberalismo tenha resposta para solucionar tais problemas. É verdade quando falamos que nossa estruturas de administração econômica precisa ser revista, mas precisamos olhar para outras áreas - família, educação.

No entanto, repito, é uma questão de prioridade, se o brasileiro for a prioridade em nosso país, a economia poderá mudar, a política poderá mudar. A estabilidade em nossa pátria envolve uma reforma de valores.

Precisamos mudar de uma sociedade orientada para o "metal" [entenda-se ouro] para uma sociedade orientada às "seres humanos".

Quando máquinas e tecnologias, lucro e propriedade são considerados mais importantes que as pessoas, todos os tipos de preconceitos, a desigualdade social e a corrupção política não podem ser derrubados. Uma nação pode afundar em violência tão prontamente pela crise ética quanto pela crise financeira. Para quê a paz quando não há justiça?!

Notas:
1- Ribeiro, Darcy – Sobre o Óbvio
2- Direitos Humanos

sábado, julho 19, 2008

Polêmica da Semana




A charge gera conflito. E a preocupação de Bill Burton é com o entendimento que os leitores tiveram.
Realmente, a linguagem irônica nem sempre se faz entender em primeira instância, mas será que foi esse o ponto crítico!?!
New Yorker põe na capa Obama vestido de muçulmano

A charge, assinada por Barry Blitt, mostra Obama com uma vestimenta tradicional muçulmana - sandálias, bata e turbante. Já Michelle aparece com roupa camuflada, botas usadas em combate e portando um rifle - o cenário da ilustração é o Salão Oval da Casa Branca. O casal está se cumprimentando com uma batida de punhos, em frente de uma lareira onde arde uma bandeira dos EUA. Sobre a lareira há uma foto do terrorista Osama bin Laden pendurada na parede.

"A New Yorker pode pensar, como um de seus funcionários explicou para nós, que a capa deles é uma sátira da caricatura que os críticos de direita do senador Obama tentam criar", disse Bill Burton, porta-voz da campanha do democrata. "Mas a maioria dos leitores verão isso como de mau gosto e ofensivo. E nós concordamos."

Em comunicado divulgado hoje, a revista alegou que a capa "combina várias imagens fantásticas sobre os Obamas e mostra as óbvias distorções que elas são". "A sátira é parte do que nós fazemos, e ela deve trazer coisas para o público, colocar um espelho que reflita o preconceito, o ódio e o absurdo. E esse é o espírito dessa capa", alegou o texto distribuído pela New Yorker. O comunicado também lembrou os dois textos assinados por Obama na mesma edição, qualificando-os como "muito sérios".


Matéria publicada segunda-feira, 14 de julho de 2008, 13:32 | Estadão Online

quinta-feira, março 13, 2008

Continuo apostando em reflexões....





MUDAR
Clarice Lispector

" Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !

Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!!!! "

quarta-feira, fevereiro 13, 2008



Reflexão da semana...
"A consciência do oprimido, encontra-se 'imersa' no mundo preparado pelo opressor; daí existir uma dualidade que envolve a consciência do oprimido: de um lado, essa aderência ao opressor, essa 'hospedagem' da consciência do dominador - seus valores, sua ideologia, seus interesses - e o medo de ser livre e, de outro, o desejo e a necessidade de libertar-se. Trava-se, assim, no oprimido, uma luta interna que precisa deixar de ser individual para se transformar em luta coletiva: 'ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão'" (FREIRE, Paulo. Pedadgogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.)